Ansiedade | Não chore, homem não chora.

O cérebro é um órgão fantástico que nos auxilia a melhorar nosso desempenho e nos orienta em direção aos nossos objetivos. Aliás, todos os aprendizados que vamos adquirindo ao longo da vida nos servem de resposta aos famosos gatilhos que surgem em nossa frente. Por isso, seria bom se tivés-semos apenas aprendizados positivos que nos direcionassem para uma vida mais próspera e abundante. Infelizmente, nem sempre é assim!

Imagine um menino de seis anos encontrando sua avó pela primeira vez e recebendo um carinho no rosto. Até aquele momento, ele não tinha experimentado isso. Os neurônios se conectam e constroem uma memória que servirá de base para novas situações. Agora ele sabe como receber carinho. As emoções são respostas fi siológicas a estímulos internos e externos. E claro, as emoções vem e vão, mas os aprendizados ficam.

Imagine o mesmo menino levando um tapa no rosto do próprio pai e ouvindo: “Não chore, homem não chora”. Crianças precisam se sentir seguras e amadas, mas infelizmente nem sempre isso acontece. Agora, pense num adulto que teve esse aprendizado na infância e que agora precisa lidar com situações de confl ito onde muitas vezes se vê triste e precisando chorar. Quando sentimos algo, nosso corpo reage a essa emoção de diversas maneiras, como por exemplo, através de mudanças na frequência cardíaca, na respiração e na temperatura corporal. Se tentarmos reprimir essas emoções, o corpo continuará a reagir a elas, mas de forma inconsciente. Isso pode levar a diversos problemas físicos e emocionais, como ansiedade, depressão, entre outras doenças. Isso porque o cérebro está tentando racionalizar uma situação que não é racional. Para fugir da dor de ter levado um tapa do pai aos seis anos de idade, um homem de 40 anos é capaz de pedir demissão do emprego e desistir de si mesmo quando se depara com uma situação semelhante.

Para fugir da dor de ver o marido negligenciando seu tempo com os filhos, uma mulher de 34 anos é capaz de buscar prazer em uma alimentação compulsiva. Essas são estratégias adaptativas para fugir da dor de um aprendizado implícito.

A boa notícia é que estudos avançados das neurociências mostram que o cérebro é capaz de modifi car memórias tornando a vida mais leve e prazerosa. Ao receber novos aprendizados positivos, você pode perceber uma mudança significativa no seu comportamento. Após compreender o aprendizado implícito e resolver os conflitos internos, é possível reeducar o emocional com novos aprendizados. Isso é neurociência aplicada!

O que não faz sentido é não olharmos nossas emoções. Por isso, se fi car difícil, busque ajuda!

Artigo escrito pelo terapeuta Franco Thomassen, especialista em ansiedade e traumas da infância, públicado na Revista Duo.

https://revistaduo.com.br/revistas/#132/68

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