Procastinação não é o problema!

Imagine uma construtora consolidada com mais de trinta anos no mercado. À frente dessa empresa, você encontra o “Ricardo” (nome fictício), que ama o que faz. Ele tem 56 anos, é casado com Ana e pai de dois filhos, Aron e Caio. Seu hobby preferido é pilotar sua moto viajando pela serra, além de jogar tênis. Ricardo tem muitos amigos e é admirado por todos à sua volta. Um verdadeiro empreendedor! Homem de família com valores e objetivos concretos. Mas já deixou muitos negócios na mesa por algo que todos nós geralmente condenamos muito: procrastinação. E talvez você não saiba, mas o nosso cérebro “ama” procrastinar!
Como é gostoso praticar esporte, sair com os amigos e ter hábitos que nos proporcionam prazer. É bom fazer só o que a gente gosta, não é mesmo? Procrastinar tem a ver com isso: fazer as coisas que
nos dão prazer como prioridade ao invés de fazer o que precisamos fazer. Mas o que escutamos como
queixa é que a procrastinação pode levar à perda de negócios, lucratividade e até mesmo à falência!
Será que é ela a verdadeira “culpada”? Será que ela é realmente o seu problema ou tem alguma
outra coisa que está te impedindo de fazer o que precisa ser feito?
Te convido a olhar para a procrastinação com base nas neurociências afetivas! O cérebro busca constantemente a recompensa do prazer com senso de merecimento. Você trabalhou para isso! O trabalho não deveria ser algo árduo em direção a uma recompensa, mas a própria recompensa! Não são poucos os empresários que sofrem com a procrastinação porque ainda não encontraram prazer no que fazem, ou porque vivem dentro de uma narrativa coerente para fugir de uma dor de algo que tenha acontecido, um mau negócio, por exemplo. Por isso, usam a procrastinação! Para muitos, pode ser uma fuga, mas para outros, ela é um excelente negócio!
Imagine você desmotivado e procrastinando. Tem algumas coisas para fazer, como ligar para um cliente, marcar uma reunião, assinar contratos ou rever o CVB da sua equipe comercial. E aí percebe que se você não fi zer, vai perder negócios e lucratividade. Talvez isso já esteja acontecendo! Ricardo compreendeu que o fato dele não ter comprado o lote ideal para o seu empreendimento estava travando sua vida de forma a buscar a procrastinação como fuga para sentir prazer imediato. Porque pode doer fazer negócios quando um sonho foi quebrado. Durante seis anos, o cérebro de Ricardo buscou formas adaptativas para
fugir dessa dor. Ele percebeu que precisava de ajuda quando estava na Serra Dona Francisca pilotando sua moto no mesmo horário em que ele deveria estar numa reunião.
Por isso, faça movimentos em direção à vida que você deseja ter. Não negocie com seu cérebro. E, se for difícil, busque ajuda para encontrar o real motivo da procrastinação e para poder procrastinar melhor. Até porque, ao olhar para a procrastinação como um sintoma de algo mais profundo que precisa ser visto, ela não se torna a vilã da história, mas a própria solução, afi nal, eu “amo” procrastinar, então, se necessário,
reveja suas escolhas.

Artigo escrito pelo terapeuta Franco Thomassen e publicado na Revista DUO com o título “Eu amo Procrastinar”.

https://revistaduo.com.br/revistas/#129/112

Veja também o depoimento do cliente Cleber:

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